Verdadeiro eu

Verdadeiro eu

Sou sugado para o imenso nada

Deparo-me com meus pesadelos

Meus olhos vertem sangue

Minha boca infestada por insetos

Tento em vão me debater

Cada vez mais afundo em meus pecados

Grito desesperadamente

Estou sufocando, lama e fel

Mentiras e sangue

Meus olhos perfurados

E o viscoso liquido coagulado que escorre

Tem o fedor de corpos putrefatos

Minhas mãos descarnadas

Tomam forma de garras e rasgam minha pele

Uma desordem toma conta de minha mente

Sanidade que deixara

Pecados que cometera

Sinto as garras profundas em meu peito

Arranco meu coração

Seco, sem vida, sem pulsar

Sou meu pesadelo vivo

Desesperado

De-ses-pe-ra-do...

Não temo mais nada

Tornei-me meu maior pesadelo

Entropia

Ressurjo e abro asas

Sou meu demônio

Caos e ordem... alfa e ômega

Marcados em minha pele

Registrados em meus DNA

Pulsando em meu sangue

Vivos em minha mente

Eterno ciclo

Pesadelos e realidade

Perecer e renascer

E minhas órbitas vazias choram

O visco pútrido que corre em minhas entranhas

Assim desperto

Numa gargalhada demoníaca

Retorno ao meu eu...

Verdadeiro eu.

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 30/07/2019
Código do texto: T6708111
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