INOCÊNCIA
Talvez, no meu tempo de criança
Quando a inocência ainda reinava
Eu não tenha percebido
O que a vida, talvez ingrata
Quisesse a mim mostrar
Não temos escolhas
E nem mesmo consolo
Para as amarguras
Que viriam nos atormentar
Com sonhos impossíveis
Com amores sentidos e não vividos
Se os olhos da inocência
Pudessem prever o futuro
Eu teria, quem sabe
Lançado de corpo e alma
Ao amor desperto
Embora inocente
Meu coração acelerava
Em todos os momentos
Que nossos olhares se cruzavam
Por causa de um medo banal
Deixei o tempo passar
E se arrependimento matasse
A muito, já teria morrido
Meu silêncio custou caro
Agora, você se foi
E meu amor, você não levou
Atormento ainda meus dias
Com você sempre presente
Em meus pensamentos, em meu coração.