DEVAGAR

DEVAGAR

Eu não canto,

eu não toco,

eu não danço

e nem sopro.

Não escrevo,

poeta não sou,

viajo no espaço

sem roupa,

descalço.

Eu não canto,

eu me calo

para ouvir

o que não sei,

o que não sabes.

O cinzel me entalha,

o martelo me malha,

a história me ensina

o que eu não toco,

o que eu não danço.

Descalço, sem rima,

sem roupas, sem verso,

sem pressa caminho.

Fzda. Parati 14.07.2007