Isso Mesmo.

Sou um livro!

Equivocados os que me chamam gente.

Não sou e não tenho nada a ver com gente.

E nem perspicácia ou afinidade para isso!

Muito menos pretensão.

Posso ser demente, indigente ou negligente, mas gente não!

Nunca!

Gente não!

Sou livro!

Uns são chips, outros combustíveis; alguns são formigas ou lamparinas, outros charutos, e existem também os que são o que são.

Esses são foda!

Os melhores.

Sóbrios ou não.

Já eu sou um livro!

Livro roubado de sebo falido.

Livro nunca lido!

Desvalido e carcomido.

Marcado, manchado, rabiscado e ensanguentado.

Livro sujo, mas livro.

Livro de letras de carne e idéias de sonhos.

Um livro velho e livre.

Escrito por aí.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 04/08/2019
Reeditado em 04/08/2019
Código do texto: T6711918
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