ETERNO ADORMECER
Em silêncio está meu coração
Anoiteceu o céu, anoiteceu a vida
Mais uma vez, mergulho na escuridão
Meus fantasmas voltaram
A perturbar-me noite a dentro
Trazendo de volta os meus medos
A angústia, de não saber lidar com ausências
Angústia, de permanecer em silêncio
Enquanto meu coração quer gritar
Novamente o punhal imaginário
Dança em minha frente
E ouço gargalhadas prazerosas
De insultos, deboches
Elas, instigam-me a pegar o punhal
Estou a mercê das loucuras
Totalmente sem controle dos meus atos
Pensamentos voando
Sentimentos... destroçados
Escureceu
Acho que o anjo da morte me ronda
E nesse instante
Meus olhos,se fixam em direção ao punhal
Que brilha, que me atrai
Oh Deus! Porque me fizeste tão serena
E dá total liberdade a esses fantasmas?
Eles tiram-me a paz, querem levar-me
Uma calmaria me envolve
Eles, os fantasmas, abrem caminho
Gargalhadas, sussurros
E eu, fora de mim, sigo
Em direção ao punhal
Um profundo e triste suspiro
Em seguida... sinto me desfalecer
Caída ao chão, sob o negro do céu
Adormeço, o sono eterno.