EXPLOSÃO

Rasgo o silêncio

Porque gritar, preciso.

São as ondas do mar que se agitam.

Borbulham no meu ser ânsia de grito.

As farpas atravessadas sangram a existência.

Sou eu e não sou eu a viver enlatada,

Num aperto de sardinhas em óleo viscoso.

Que se abra a cancela para a correria

Que se liberte do meu ser a agonia,

Que entalada e coberta de ferrugem, ruge.

Soltar o verbo e xingar, se preciso for, urge

No desabafo da luta cruenta

Que me dilacera a alma

Que enlameia a fé

Que põe fel em minha boca

E com a garganta rouca,

Grito, grito, às margens da maré

MADAGLOR DE OLIVEIRA
Enviado por MADAGLOR DE OLIVEIRA em 10/08/2019
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