TRÊS TEMPOS DE UM POETA
FIO
Entre um cetim quase prateado da noite.
Ao redor da malandragem do verso vadio.
No mel das salinas dum poema agridoce.
Sob a gasolina da poesia. Sobre o pavio.
FRIO
Imerso nas vísceras das horas.
Entre as águas de um sacrifício.
Sob a agonia muda deste ofício.
Sobre o mármore frio dos agoras.
BAILARINO
Sobre a grua imagética do signo.
Sob o éter vulnerável da metáfora.
Entre o cobogó suspenso da palavra.
No exaspero exato, mas bailarino.