De degrau em degrau

Nunca fui uma garotinha

Esperando ônibus pra ir pra escola

Tinha que ir era de 'sola'

E andava sempre sozinha

Em cada esquina olhava

Parava e sempre cantava

E nunca desanimava

De toda minha caminhada

Quase não tinha nada

Tirava água do poço

Tudo isso com muito esforço

Levava umas chineladas

Quando o óculos caia no poço

A vizinhança sorria

E eu sempre me divertia

Saia com a minha pipa

Correndo pelas ruas

E não tinha direção

Na escola, sentava sempre na frente

Pois não enxergava , não

Quando sentia dor de dente

Encostava no chão

Me encolhia assustada

Pois não sabia como falar não

Jogava bolinha de gude e futebol

Andava sempre com os meninos

Não sei se era destino

Hoje sou eu, meu marido e meus meninos

Não tenho vergonha não

De falar sobre minha situação

Pois nunca fui malandra não

E hoje, já fiz até Pós-graduação!!!

Regina Andrade
Enviado por Regina Andrade em 17/08/2019
Reeditado em 13/08/2020
Código do texto: T6722195
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