Máquina Poética

Dá para imaginar?

Uma mão suja de graxa,

Que deixa os sonhos a ninar

Na roupa suja de fuligem e borracha?

Esta mão é a minha...

Que sorve a poesia do martelo

Nessa vida loucura...

Uma martelada no cravo, outra na ferradura.

Chave de fenda,

Chave de Philips,

Chave de boca... E a minha boca,

Seca dos versos que quero beber.

Conserta... Troca... Pinta... Lixa,

Lava... Arruma... Parafusa... Fixa.

Maquino na máquina...

Minha máquina poética a maquinar.

Meu carro, de precisão precisa.

O poeta de escrever precisa.

Porque às vezes vejo meu poetar voando

Como a quem vê as gaivotas voando ao longe...

Opus Sewaybricker
Enviado por Opus Sewaybricker em 28/09/2007
Código do texto: T672715