Terra, solo, chão... vida!
Liberdade onde está?
Quero novamente respirar
Estou morrendo aos poucos
E nada posso fazer para conter
Minhas raízes destruídas
Esmagadas pela ganância do ter
Ainda tenho as mãos dadas
As águas que banham meu ser
Mas até quando a terei comigo
Diante do seu desaparecer
Rios, nascentes fluviais
Lavam, regam meus ais
Chuva não mais cai
Meu cheiro na fumaça vai
Vento que leva minha essência
Do que ainda sou, terra
Cidade que pisam em pedras
Ninguém me vê mais
Estou sumindo de suas vistas
Solo que não há mais matagais
Queimadas me sufocam
Inutilizam minhas sementes
A vida vai se indo e agora
Berço natureza chora
Destruição não fiz por que quis
Desmoronei ao tirarem meu nariz
Preciso respirar não entendem
Sou viva estou sendo destruída
Queimação, radiação, contaminação, seco chão
Só quero viver e dar vida pelas minhas mãos...
Glaucia Amaral
23/08/19