ARIETA

O meu chapéu com aba de estrelas,

cobre olhos pra que o mundo não seja assim.

Nem choro nem poeira da estrada,

é só valsa gasta pela noite que não se acaba.

Criação, loucura e magia,

crianças esquecidas, orações desesperadas...

Canções são improvisos da verdadeira resignação.

Harmonias são acasos, nos encontros vocais.

Por isso é que nem olhos nem intenções são presentes,

nem conto a verdade àqueles que chegam e partem rapidamente.

O esquecimento se alonga, e abarca o palco onde a vida se encena.

Mas morre-se tanto, e tão frequentemente,

que o amanhã vai perdendo suas estrelas.

Sobra a incredulidade dos olhos tristes,

ocultos no escuro de uma valsa fúnebre.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 24/08/2019
Código do texto: T6728361
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