ARIETA
O meu chapéu com aba de estrelas,
cobre olhos pra que o mundo não seja assim.
Nem choro nem poeira da estrada,
é só valsa gasta pela noite que não se acaba.
Criação, loucura e magia,
crianças esquecidas, orações desesperadas...
Canções são improvisos da verdadeira resignação.
Harmonias são acasos, nos encontros vocais.
Por isso é que nem olhos nem intenções são presentes,
nem conto a verdade àqueles que chegam e partem rapidamente.
O esquecimento se alonga, e abarca o palco onde a vida se encena.
Mas morre-se tanto, e tão frequentemente,
que o amanhã vai perdendo suas estrelas.
Sobra a incredulidade dos olhos tristes,
ocultos no escuro de uma valsa fúnebre.