FUGA

FUGA

Fugi com a alma, da gaiola a voar

Pousei na lua

Descansei numa estrela

Dormi em riachos de luz e luar

Beijei, beijei e deixei-me beijar…

Nuns braços de cristal sonhei.

Como se fosse verdade

Como se estivesse a sonhar, sonhei

Desvairei nas palavras delirando…

Senti frio e calor alternando

Com as portas da gaiola aberta.

No meu magnífico paraíso

Ri, gargalhei, talvez tivesse perdido o riso.

Vi andorinhas brancas a esvoaçar…

Seria loucura ou estaria mesmo mesmo a sonhar?

O céu tinha uma cor avermelhada

A estrada arrastava-me, já moribunda e cansada

Horas lentas….Trementes de frios

De medos….

De infâmias…

De coisa estranhas.

De mentiras, asquerosas…

De orações duvidosas…

Como se cada ave-maria fosse uma pérola de rosário

Num terço perdido…

Neste mundo fodido.

De beatas e falsos profetas

Porque as beatas não fazem história

Fazem aquelas coisinhas….

Pobrezinhas.

Indignadas…

Virgens na noite disfarçadas

Estupores.

Desumanas.

Mentes perversas

Corpos de vários amores

Em frente aos espelhos riem desgrenhadas.

São bruxas mal fadadas

Mas…não passa nada…

Porque afinal elas é que são as desgraçadas

Lisboa, 01/06/2016

Maria Tecina

Maria Tecina
Enviado por Maria Tecina em 25/08/2019
Código do texto: T6728794
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.