Cadeias e correntes
CADEIAS E CORRENTES
No silêncio absoluto,
rastros no fundo do mar:
nadam peixes entre algas
no silêncio obsoleto
do fio mudo e insensível,
flutuam expectativas
e o coração segue cego
no mais absurdo silêncio
no mais profundo mergulho
do meu ser buscando o teu
entre os cabos submersos.
Em que cadeia me prendes,
sinistra alucinação,
entre os bancos de corais
ou nas correntes geladas
que cortam o tato das mãos?
Será no fundo do mar
onde me afundo sozinha
procurando teu olhar?
Vem à tona o coração,
solta o grito reprimido:
- Amor, sai do mar, vem pra vida,
não posso mais esperar!