Liberdade

Ah, a liberdade, enfim...

Dela posso sentir o delicioso gosto,

O vento tocando suave meu rosto,

Sem nada exigir de mim.

Posso dirigir meus passos

Para o lado e com o ritmo que bem quiser.

Para a direção e distância que me aprouver,

Pois não me sufocam apertados laços.

Mergulhar em diversos amores,

Conquistas de um dia, uma noite, uma hora

E de manhã, junto com a lua, já estará fora,

Levando consigo suas dores.

Ah, a liberdade, enfim...

E quando chegar a tristeza?

Quando vier aquela hora difícil, depressiva?

Em qual colo poderei deitar, passiva,

A dor de minha alma indefesa?

E quando me invadir o desespero,

Quais ouvidos receberão atentos,

Os sons confusos de meus lamentos,

Acolhendo esse meu destempero?

Quem restará ao meu lado

Quando tudo parecer sem sentido?

Quem ainda não terá partido

Quando , livre, tiver meu voo alçado?

Ah, a liberdade nunca é plena.

Vínculos e ligações destruídas.

Somados os ganhos, as perdas diminuídas,

Valerá mesmo a pena?

Délcio Mores
Enviado por Délcio Mores em 26/08/2019
Código do texto: T6729612
Classificação de conteúdo: seguro