FIM

Um canto triste ecoou na farta noite

Quebrando o silêncio profundo.

No fundo da noite uma coruja piou

E as pessoas benzeram-se repetidamente

Reinava uma infinita tristeza no ar

A desconfiança rondava os lares

As horas se arrastavam e o leve sono

Esperava o momento do pesadelo.

As lamparinas estavam acesas

nas casas

Iluminando palidamente os humildes recintos.

Nos olhos materno habitavam sofreres, quereres, amores...

Nos corações a esperança adormecia lentamente

As primeiras horas já iam chegando

E ouviu -se o corre-corre, o arrastar de sandálias.

O mudo e desesperado silêncio

Se foi com o choro,

Com os longos e dolorosos soluços

Os pés apressados andavam em descompasso

A chama da vela surgiu de repente

As mãos pálidas a receberam,

Mas já não tinham mais vida.

À revelia do sofrimento alheio,

O sol surgiu majestoso Iluminando o catre

Onde jazia o corpo inerte.

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