Não temos tempo!
Não temos tempo!
O tempo é correria,
É tempo ausente,
É falha reticente,
É perda irreparável, insubstituível, lacuna, lapso da memória,
Elo esquecido da existência.
Não temos tempo!
E por mais tempo que tivermos,
Não haverá tempo para suprir o tempo
Que pensamos não possuir,
Pois tudo é envolto em um todo a restringir esquecimentos,
Porque o tempo necessário é como um grão de areia.
Não temos tempo!
Às horas são poucas para tantas coisas,
O essencial é efêmero, números infinitos,
Que só nos causam danos pós-traumáticos,
Que cobra a fatura depois de vencida,
Que nos deixa na boca o gosto amargo da decepção.