CACÓFATOS
Uma chuvinha, prometia
A boca dela abria-se
Ao som da música gaúcha
Ela tinha distorções
Às vezes cantava nosso hino,
Outras, por tão pouca coisa,
gritava palavrões
Uma vez eu vi ela
Orando com pouca fé
Pensei que a gente tinha amizade verdadeira,
Mas ela tinha, na verdade, fé de menos, concluí.
Uma chuvinha, não veio.
Desde então, pus culpa nela.
Por amar ela, trocou-me
Por razão incerta,
Me instruam, por favor!
Na vez passada, por cada perdão pedido,
Fiquei esgualepada.
Desde então, não fiz mais isto.
Escrito pela dona Maria.
Despedindo-me, vou me já.