Parido Pelo Ventre Solar

Eu nasci das cinzas do sol

em uma chuva de primavera

em dia de nevoeiro e apocalipses

parido pelas filhas do desconhecido.

E os temores já eram tremores

e invadiam as suculentas corredeiras

vaidosas e venosas do ente eterno

que fez guarida no regente coração.

Eu nasci da morte das estrelas

onde fui fundido em aço e areia

reforçando as matizes da alma

nessa dança perpétua e alegórica.

Era dia sem lua e com trovões

onde fúnebres cânticos voavam

pelos ares desse furacão de sensações

entoados pelas vozes aterradoras da terra.

Eu nasci e renasci dez mil vidas

fui o germe da guerra escondida

d’onde a morte foi logo escolhida

para o baile dos tempos futuros.

Era o dia morrendo em sussurros

era a noite em bailado de anjos

era o sangue da mãe derradeira

testamento encravado nas veias.

Era somente um parto poético flamejante...

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 17/09/2019
Código do texto: T6746904
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