Olhei - Me Vi - Voei...


Olhei para dentro de mim, quando no meu ver, fora nada mais vi.
O que eram as minhas indagações? Sombras que inflamam corações.
No meu interiorizado e extenso saber, vi gotas do nada ter.
Minhas alicerçadas construções, romperam-se ao chão!

Olhei para o meu intacto ego, tropeços e nada mais.
E as fortes concepções? Flagelos, frágeis, sem ações.
Querendo meu bem querer, nada fiz, pus tempo a perder.
Minhas rígidas razões, evaporaram das minhas mãos!

Olhei, muito menos enxerguei.
Olhei, busquei, me revirei.
Olhei, do avesso fiquei.
Olhei, indaguei: - Afinal, quem eu sou? Nem eu sei...

Vi, uma desconhecida, pensara conhecer.
Vi, uma envelhecida, deixara de aprender.
Vi, uma desiludida, cansara de ser.
Vi, uma perdida, querendo viver!

Olhei, para fora de mim.
Olhei, algo tinha que ter enfim.
Olhei, procurei o sim.
Olhei, falei: - Nossa, o que será isto? Cheiro de jasmim...

Vi, as cores e senti o aroma vindo do jardim, estavam ali.
Vi, o suave toque da brisa na flor da vida, pude sentir.
Vi, percebi, detalhes, que alegria, simplesmente, sorri.
Vi, o quebrar das algemas, na qual eu mesma me prendi.

Olhei, balbuciei:
- Sou, um pássaro livre,
somente quero agora,
aprender a voar...


 
Glaucia Amaral
Enviado por Glaucia Amaral em 24/09/2019
Reeditado em 24/09/2019
Código do texto: T6752698
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