até o fim da linha

diamante coberto por lama

rejeitado pelos olhares,

exausto e fugindo das chamas

longe chama outros ares,

sem visto, como alcançar esperança?

passaporte negado,

cem vícios, um para cada criança

perambulando descalço,

não existe previsão de termino ...

está acoplado em nossas entranhas,

a julgar pela cara do homem de terno

me enquadro como "pessoas estranhas"

me vê cocaína pro meu café da manhã ...

não acorda ainda deixa eu cansar de te olhar,

o ultimo do maço fumo embaixo do chuveiro

sobra muito espaço nessa cama de solteiro,

_ "nossa, esse lugar fede a álcool e cigarro"

talvez por isso as plantas morrem na janela,

é tão bom quando restam somente eu e ela

porém depois q tudo acaba só resta me odiar,

mas ai que tá a graça

dessa rotina desgraçada,

as lágrimas, as mascaras

alguns amores de fachada,

amor, chega a ser divertido

ver a morte dançando comigo

enquanto me culpo por isso,

amor, não pedi pra ta vivo

e te desejei tantas vezes

que hoje estou quase lá,

como posso não rir disso???

tamanha blasfêmia se paga com o fogo

se esconde de todos o estampado no rosto,

não meço palavras nem busco muita coisa

não mereço ter nada e pagarei cada escolha,

com aquela mesma bermuda furada de brasa

a cara de criança que se esconde atrás da barba

vou continuar fugindo até não ter mais pra onde ir.

R Lelis
Enviado por R Lelis em 27/09/2019
Reeditado em 16/01/2020
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