Criação
CRIAÇÃO
(Cesar, meu filho caçula)
Vou te tateando às cegas
no globo humano da vida,
vou te palpando nas curvas,
na marcha-à-ré, no retorno,
me perco na contramão:
você me driblou, se escondeu,
e eu, confusa, me escondo,
recolho a mão que, teimosa,
tenta ainda te encontrar.
Será menino ou menina
quem em mim tanto se mexe?
Que surpresa me reserva
essa angústia da espera?
E de novo te encontro
num valente pontapé.
Retomo teu rastro no tato,
mas, essa não! te perdi...
e perdi a paciência
de insistir em te seguir.