NÃO LIGUES...

 
Quando chegar  a primavera
não ligues para mi’as quimeras...
Os braços meus, tão nus,  os laços...
Não te importes com os babados,
nem com os vestidos rodados,
nem as flores pelos regaços...
 
Não ligues pras cores que trago
impressas pelo corpo magro.
Dos campos o vermelho puro;
da flor, o  branco pueril...
Ignores  meu sorriso, eu juro,
não há nele nada de sutil.
 
A primavera , sabes bem.
é ciclo que vai e vem, vai e vem...
Passa por nós no tempo abstrato.
Igual é tudo, até as flores,
alegrias, tristezas, dores...
Eu, no entanto, sou um artefato...
 
Assim que a primavera chega
algum poema me aconchega.
Invento  meus tenros jardins
margeando longas estradas;
visto saias godês ramadas;
sonho com anjos querubins.
 
Não, não ligues quando eu chegar
mas se apresses para me amar.
Enlace-me  pelos quadris
e me leves por onde fores.
Beije-me como beija as flores
ternos lábios dos colibris...
 


 

 
Mais uma ode à primavera neste domingo. A imagem sou eu hoje reverenciando a primavera também com meu vestido florido cono prometi durante toda a primavera. Minhas armações... Tenham uma linda noite de domingo. 
 

 
INTERAÇÃO DO POETA WALTER DE ARRUDA


Se a Prima vem...
Acompanhe-e-a com seus sonhos...
Se vista com as suas flores...
Ao se abrir...
Visitando os campos...
Ela está a te falar... 



Obrigada poeta. Valeu

 
INTRAÇÃO DO QUERIDO MESTRE E POETA
JACÓ FILHO

 
Vou em cada primavera,
Refazer as minhas juras.
Enlaçando sua cintura,
E nos amando, deveras.

 
Valeu poeta, adorei a interação