Porto inseguro, ancoro e afundo
Tento entender todo dia
Por que tenho essa sede
Infindável da tua rede?
Que prende, mas também afaga
Como um abraço de urso
Que me envolve no teu braço
Até eu enxergar só teu rosto
Mais nada, nem a mim mesmo
Depois teu afeto me aperta tanto
Até quebrar todos meus ossos pálidos
E o que era a sensação de proteção
Se tornou o teu controle obsessivo
Pelas vibrações do meu coração
Que não sabem o que fazem
E por esse mesmo motivo agem
Se entendesse isso uma vez seria o bastante
Talvez não sentisse toda essa frustração gritante
O silêncio entre nós agora é tão uivante
Esse amor deixou de ser tão amável
Não sou mais do que um boneco inflável
Que preenche o espaço vago do teu colchão
Depois disso só posso ser a pior parte de você
Ou de mim, não soube mais respirar assim
Sendo teu robô controlado por um botão...