poesia que odeio

pesadelos recorrentes,

tão reais quanto o que escrevo,

pesa quanto essa corrente?

que esta presa ao tornozelo,

cada qual com sua doença,

cara cara com sua culpa,

cala boca e me aqueça,

tara é tara, não confunda,

revoltado com quem sou

mudei da água para o vinho,

quando vem o por do sol

conto lágrimas sozinho,

rasgo páginas do livro

enquanto quebro o espelho,

ajoelhado sob o vidro

será esse, sou eu mesmo?

me suporto mais um dia

não sei mais por quanto tempo,

odeia a própria poesia

não sei nem porque eu tento,

sem estudo e sem carisma

porém sincero no olhar,

tenho tudo enquanto há vida

sinceras desculpas Pai,

por querer tanto me entregar.

R Lelis
Enviado por R Lelis em 16/10/2019
Reeditado em 30/06/2021
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