poesia que odeio
pesadelos recorrentes,
tão reais quanto o que escrevo,
pesa quanto essa corrente?
que esta presa ao tornozelo,
cada qual com sua doença,
cara cara com sua culpa,
cala boca e me aqueça,
tara é tara, não confunda,
revoltado com quem sou
mudei da água para o vinho,
quando vem o por do sol
conto lágrimas sozinho,
rasgo páginas do livro
enquanto quebro o espelho,
ajoelhado sob o vidro
será esse, sou eu mesmo?
me suporto mais um dia
não sei mais por quanto tempo,
odeia a própria poesia
não sei nem porque eu tento,
sem estudo e sem carisma
porém sincero no olhar,
tenho tudo enquanto há vida
sinceras desculpas Pai,
por querer tanto me entregar.