MESMOS GRITOS

mesmos gritos

tonta diva

profana

mística

grito preso ainda

da janela, o vácuo

das letras,

tentáculos

não importa para quem

já que não há nada

para si

além

gota tímida

escorre entre os dias

esquiva de sonhos

tudo se repete

as dores

as cores

os féretros

escrever por gritar

solo

asas

mar

a

palavra

naufraga

na consciência

intacta

estilhaça aos pés

do egoísmo

do silente afeto

daquele medo

concreto

meu castigo?

poesia

Lílian Maial