Boato, um fato insensato

Sobre esse assassinato

Que surgiu como um boato

Trata-se realmente de um fato

Um político em fim de mandato

Novamente como candidato

Morreu após um estelionato

Ele, agindo no anonimato,

Conversou com o sindicato

Dizendo ser, do governo, um contato

Prometeu o tal artefato

Que seria entregue de imediato

Após um depósito em comodato

O outro, rápido como gaiato,

Interessado no aparato

Depositou-lhe o dinheiro exato

Aguardando o cumprimento do trato

Semelhante a um jovem novato,

Pensava no estrelato

Mas a entrega ficou no abstrato

E como não havia contrato

O dinheiro também sumiu do extrato

O sindicalista não aceitou ser pato

E não querendo deixar barato

Encontrou o farsante sem ultimato

Sabia tratar-se de um rato

E com a raiva saindo pelo tato

Não gostou da estória do, agora, beato

Arrastou-o então para o mato

E, em um último ato

Atirou na cabeça do ingrato

O autor deixa aqui um relato:

Não é a favor do peculato

Mas não aceita a violência, um retrato,

Como justificativa do insensato.

rimedor
Enviado por rimedor em 19/10/2019
Reeditado em 03/01/2020
Código do texto: T6773569
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