Paisagens oníricas
Madrugada
tua voz distante
percorria os compassos
de minha saudade
timbres tão vizinhos
que corri à janela
e encontrei a chuva
desenhando
outra imagem.
Onde estavas?
Meu corpo
encharcado desta ternura
desconhece o trânsito
a conta da luz
os colegas e suas rotinas
- a áspera pele do cotidiano -
Agora desperto
só
- sombriamente só -
às margens da cama
e o dia ainda se esconde
entre lençóis
de névoa fria.
Porto Alegre/RS
in: A Travessia dos Espelhos