Ventre

Meus maiores amores estão distantes

E meu coração todavia desesperado

Não cabem no meu abraço como antes

Agora só me resta um enorme desalinho

De manter horas e dias contados

Jaz seco meu ventre materno

Pois já não aquecem mais o ninho

Gritos, abraços e o calor das palavras

É o preço a pagar pelo mundo moderno

Não inventaram tecnologias de abraço

a distância, nem beijo por correspondência

Mas desfazer pouco a pouco o laço

E o amor, razão da sobrevivência

Conta as horas nos ponteiros da eternidade

Porque sei que lá toda saudade é passageira

Pois coexiste com uma só realidade

O amor que semeei floriu para o mundo

É ele a minha verdade inteira

Páginas escritas do meu eu mais profundo

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 24/10/2019
Código do texto: T6778191
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