Perdido na Rua

Escuto os verbos das vidas na cabeça

À luz dos versos livres, que habitam o meu peito.

Há uma distância entre nós

Quem sabe pecado,

Quem diz é a tristeza...

Ontem eu freqüentava a tua casa,

Se não te amava,

Comia do teu pão,

Bebia de teu vinho e

Ouvia a tua voz.

Se não era filho,

Não era pai,

Se não era o surdo,

Não vivia de lamúrios.

Sai de ti

Hoje estou morrendo,

Hoje estou te matando,

Quem sabe depurando aos poucos.

Há chagas no quintal

E as mãos feridas nem podem se juntar.

O digo já não é palavra

O que sinto já não é amor...

É medo de não poder viver.

Se eu retornar, antes da morte, me convidar a deitar ao sono eterno,

Que a sorte me mostre o caminho,

Que hoje eu já nem sei .

Não sou mais o menino,

Não sou mais o rei...

Sou um velho perdido.

As vezes sou o mal,

As vezes sou a dor,

As vezes o prazer,

As vezes o mal sucedido,

Mas quando deito a cabeça nas horas,

Quando os meus olhos adormecem na falta da luz,

Ainda lembro de você. Você me perdoa todos os dias,

Mas ainda não consegui te sorrir, tem alguma coisa presa na minha garganta,

Tem alguma coisa acorrentando a alma.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 02/10/2007
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