Bilhete único

O corpo estava mal-acostumado com o toque de suas mãos,

e sua presença cintilava os olhos;

tantas sensações, emoções e beleza.

O sorriso não saia da boca,

enquanto a língua jurava eterna companhia.

A respiração acelerava toda noite,

era muito ar comprimido,

desejo reprimido e jogo de sedução.

A alegria gritava para todo o mundo ouvir,

e a paz não parava de brincar.

E de repente, a felicidade arrumou as malas;

bilhete único, e pelo visto,

não tinha intenção de voltar.

Neste momento, o reino da fantasia desmoronou;

o pedido de socorro ficou preso na garganta,

e aquele nó sufocou a alma.

As lágrimas desceram correndo,

desesperadas, sem rumo para desaguar.

Aquela atmosfera de encanto desapareceu;

num passe de mágica o dia virou noite,

e só restou um coração partido,

uma dor dilacerante, e eu.

Jaciara Dias
Enviado por Jaciara Dias em 27/10/2019
Código do texto: T6780277
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