Dentro da noite
DENTRO DA NOITE
Nas caladas da noite,
duas corujas observadoras
se apoiam de leve
um corpo no outro,
disfarçando o vazio
que os olhos redondos,
dançando ansiosos,
não conseguem esconder
- mútua solidão -
Passeiam voando
em procura vã,
buscando outros olhos
onde se projetem,
onde se protejam
do escuro infinito.
Pensam que têm
liberdade nas asas,
ilusão do momento!
São presas eternas
dos olhos dos outros.