Alma evolutiva

Curvado ao crepúsculo,

Abro-me a receber

A graça luminosa

Encher-me de clareza

Pelas rachaduras que

Expõem meu interior.

Fora eu o criador

Deste improvável Sol,

O único banhado pela

Ardência de sua

Misericórdia e

Pela efemeridade

De seu conforto.

A ventania é a certeza

De que será varrida

A poeira de minha

Desgastada e suja

Pele que anseia por

Sua antiga limpidez.

Em minha tardia

Frágil florescência,

Sou o solitário

Outono desprovido

Da companhia das

Folhas que murchei.

Mas sou eu

A única estação

Deste ciclo que

Começa, termina

E se repete nas

Renascenças dos

Novos conceitos

Que definem o “eu”.

Em fases, metamorfoses,

Destruições e reconstruções

Dos pedações do molde

Em novíssimas imagens

Que exploram meus olhos

Em curiosidade e receio

Nas dimensões do espelho.

Caminho muitas vezes

Em companhia da solidão,

A melhor maneira de

Vasculhar pelos próprios

Fragmentos de significado.

Cedendo o progresso,

A resistência é incerta

Assim como o resultado

De cada jornada

Traçada em espontâneos

Desesperos por respostas.

Desconheço-as,

Garanto-lhes que nunca

Fui capaz de encontrar

Sequer uma que esteja

Destituída de ilusões

E maravilhosas mentiras.

Porém inesgotável

Permanece o desejo

De perseguir

Até que seja alcançada

A fugitiva razão

De tantas irresolutas dúvidas.

Para isso,

Utilizo do individualismo

Como uma ferramenta

Que permite a

Descoberta de

Infinitas possibilidades

Que se submetem

Ao meu inacabável ser.

Um dia de cada vez,

Um verso de cada

Senso vitorioso

Que se alastra

Pelas camadas

De minha confidente

Alma evolutiva

De contínuas etapas

E imensurável versatilidade.

Daniel Yukon
Enviado por Daniel Yukon em 30/10/2019
Reeditado em 30/10/2019
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