A transparência da inspiração

O poema de hoje

busca a forma

Não sabe se é

coisa que se conforma

se metamorfose dividida

fotossíntese louca

entre idéias poucas

nenhuma ainda escolhida

Está em meio

a atrapalhadas

palavras

em estado de larva

As vezes sensação de toada

agora mesmo,

de pé na estrada

mas inda nada

de caminho ou refrão

O poema de hoje já luta

entre o silêncio que se escuta

e o grito em formação

É poema

que pode ser mar

com tema

de gosto de nadar

em mar de solidão

Pode ser Fernão

voo de gaivota

o que nem mesmo importa

Pode ser menos sim

para tudo que afim

seja muito mais que não

Ode a Diadorim

louvor a serafins

coisas sobre dor

Ou mesmo tudo aquilo

que de jeito tranquilo

diga:

a vida

é pura briga

se não houver amor

O poema de hoje

está brotando

nas mãos soando

tinta no papel

Perguntado o quê

sobre dizer.

Inferno ou céu?

Está com cara de resiliência

da velha paciência

na raiz da intenção

Talvez até seja mais um

que me venha tão comum

implorando canção

02-11-2019

12h00min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 02/11/2019
Reeditado em 13/11/2019
Código do texto: T6785464
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.