A transparência da inspiração
O poema de hoje
busca a forma
Não sabe se é
coisa que se conforma
se metamorfose dividida
fotossíntese louca
entre idéias poucas
nenhuma ainda escolhida
Está em meio
a atrapalhadas
palavras
em estado de larva
As vezes sensação de toada
agora mesmo,
de pé na estrada
mas inda nada
de caminho ou refrão
O poema de hoje já luta
entre o silêncio que se escuta
e o grito em formação
É poema
que pode ser mar
com tema
de gosto de nadar
em mar de solidão
Pode ser Fernão
voo de gaivota
o que nem mesmo importa
Pode ser menos sim
para tudo que afim
seja muito mais que não
Ode a Diadorim
louvor a serafins
coisas sobre dor
Ou mesmo tudo aquilo
que de jeito tranquilo
diga:
a vida
é pura briga
se não houver amor
O poema de hoje
está brotando
nas mãos soando
tinta no papel
Perguntado o quê
sobre dizer.
Inferno ou céu?
Está com cara de resiliência
da velha paciência
na raiz da intenção
Talvez até seja mais um
que me venha tão comum
implorando canção
02-11-2019
12h00min