Inspiração

Preparo as minhas mãos

para escrever poesia

e termino por amassar papéis.

Do cotidiano mergulho na maquinaria,

me fogem as palavras.

A linha reta cansa,

o branco papel desorienta.

A ideia vagueia

muda,

árida

e imprecisa

até que se condense e caia

líquida e lírica

sob a mesa.