Ode à Natureza ( para Fernando Pessoa )

Dia de vento, na poesia do alento, e momento de paz

Comigo me entrego, na ternura que espero, sozinha estou

Mais nada que exista do que o mergulho por dentro de mim

E a certeza dos dias corridos, sobrios, assim me vou.

Enxergo águas, vislumbro terras, e rego muitas flores

Ocupo tempos do relogio, em minha vida, já antes marcado

Vislumbro esperanças de Sóis que ainda não tiveram ocaso

Porque a Natureza não negou sua força à ira do predestinado.

Tal a Lua a gravitacionar suas pulsões a bel prazer dançando

Como a Terra a tingir de azuis seus ceus e alem mares sem fim

Vou seguindo minha trajetoria, ao errar, parar, me levantando

Buscando cortornos de verdades do que acredito estar em mim.

Sigo, e bússola, tenho comigo Pessoa, mestre nato e eterno poeta

Cético, às vezes, medidativo e panteísta, dono de espírito impar

Quisera eu tê-lo mais perto a mim se houvera podido, e cresceria

Encantada pelo seu dom à palavra, que a escrita so me fêz amar.

Shila Kalmi
Enviado por Shila Kalmi em 06/11/2019
Reeditado em 06/11/2019
Código do texto: T6788365
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