Ah! A brevidade de estarmos aqui
a ouvir vetustos homens a articular
feito meninos a rabiscar castelos
a natimorta ânsia de suas ambições...

Estamos aqui e estando desprezamos
o tempo, tão exíguo, que nos resta
para acariciarmos a alma leve
que não nos pesa e nem nos cobra
incansável e redobrada atenção.

Essa certeza de que se somos um dia
noutro nada seremos, sem planos de revisão...
deveria nos conduzir aos portões do sempre
às fronteiras de toda nossa compreensão.

Mas não!
Inventamos uma renovada melancolia
e um Deus que nos sussura redenção...
e neste meio tempo, brota o amaro crime
de sermos tão pouco e sem solução.


Crédito da imagem :  http://ocantinhoda.borboletaazul.net/2012/01/sobre-a-brevidade-da-vida/