Melancolia XXXIII

O sereno da noite acalma o peso

do munda sob teus ombros.

O calor do peito adormece

Transpiram suspensos no ar os elementos.

Cai para cá

Escorrem sob meus olhos

os pensamentos que me sufocam.

Após a janela

andas minha formiga,

se esconde nos rachos.

Do alto de minha morada vejo

tuas labaredas me acender.

Corro pelas águas,

contra minha corrente que me rasga

Mordo meu peito ao me manter no ar.

Meu beija-flor,

suporto a distância que nos conecta

Mas teu coração decide me maltratar.

Me acolhe em teu jardim cansado.

Não castigo-te dentro de mim

As faces brilham nesta noite.

O olhar de minha bruxa

veste segredos,

amores e medos.

Na mesa que risco há nossas divisões

Cruel, o separar do silêncio que mastigo.

Consigo sentir teus passos

longe da minha melancolia.

Como picos e vales,

volta para meus braços em lágrimas

Já anciã para compreender

que tua felicidade se paga com esta dor.

E sou jardim,

abraço as borboletas que foram

para longe de mim.

Ytalo Scharf
Enviado por Ytalo Scharf em 17/11/2019
Reeditado em 17/11/2019
Código do texto: T6796677
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