DETENTO

Estou preso em mim

Fiz-me um preso

E vivi assim...

De livre a prisioneiro

Meu triste fim.

“Eu finjo que sou monstro”

E assim não demonstro

Minha solidão.

Fiz-me temido

Para esconder o gemido

Do meu próprio ser.

Nem eu sei mais o que sou!

Se eu sou forte ou fraco

Olhem o fiasco

Onde estou!

Errei o caminho

Perdi o carinho

E estou aqui

Como um passarinho

Sem ninho

Sem liberdade.

Sem amor.

Ênio Azevedo

Obs.

Hoje, fui convidado como palestrante para uma visita ao presídio da minha cidade, falar aos detentos sobre Literatura, liberdade, cultura. Então, fiz esta poesia acima e me basearei nela... Para dirigir-me aos mesmos.

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 27/11/2019
Reeditado em 30/11/2019
Código do texto: T6804809
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