Tormento dantesco

Tormento dantesto

Incontáveis lágrimas agônicas

Percorrem esse rosto macilento

Mãos cadavéricas, em vão, tentam impedi-las

Elas percorrem quentes os vincos da face

Torrenciais até atingirem o solo

Chão tão fétido e repulsivo

Marcados por garras sanguinolentas

Que lancinam a carne dos corpos lançados ali

E aqueles genuflexos clamam debalde

Algo intangível no porvir

E as lágrimas jorram copiosas

Molham a terra rubra e apodrecida

Aguardam seu algoz

Suas mãos postas em súplica

Resistindo em suas últimas esperanças

Aos açoites ferinos que maculam

Mente, corpo e alma

Desesperado vem à tona

Já desprendido de si, torna-se louco

Desejoso pela dor

Desconhece a ti mesmo

E perde-se em tormentos dantescos

Pela eternidade.

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 28/11/2019
Código do texto: T6806060
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