POEMINHA
Vinde a mim, folhas ao vento
Vinde em forma de nada que vos darei um jeito
Sem aferição média ou sujeito
Vinde com capa marota e cômodo assento.
Dizem por aí, que caístes em desuso
Os chás que outrora tomastes, evaporaram
- o sobe da escada interagiu confuso -
E as chagas mórbidas decorrentes, sararam.
Por onde andastes que não mais escuto o teu paladar?
Será que tenho inda de penar ou de adjudicar?
Escondam-se e vos encontrarei; magoem-me e vos consumirei
Mas por dentro, não mudarei – não sei ser insumo.
Às vezes, posso parecer a vós, maldade
Contudo, punge-me assaz, o avanço da idade
Uma cidade encoleirada em meu mundo surdo
Vós aguardastes, não?
Enquanto esperastes no catre de pleno asseio
Destampo a botelha do envelhecido e arpejo
A contar aos que vos difamastes, um meio
E, sorrindo, choraremos ao inescrutável desejo.