POEMINHA

Vinde a mim, folhas ao vento

Vinde em forma de nada que vos darei um jeito

Sem aferição média ou sujeito

Vinde com capa marota e cômodo assento.

Dizem por aí, que caístes em desuso

Os chás que outrora tomastes, evaporaram

- o sobe da escada interagiu confuso -

E as chagas mórbidas decorrentes, sararam.

Por onde andastes que não mais escuto o teu paladar?

Será que tenho inda de penar ou de adjudicar?

Escondam-se e vos encontrarei; magoem-me e vos consumirei

Mas por dentro, não mudarei – não sei ser insumo.

Às vezes, posso parecer a vós, maldade

Contudo, punge-me assaz, o avanço da idade

Uma cidade encoleirada em meu mundo surdo

Vós aguardastes, não?

Enquanto esperastes no catre de pleno asseio

Destampo a botelha do envelhecido e arpejo

A contar aos que vos difamastes, um meio

E, sorrindo, choraremos ao inescrutável desejo.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 04/10/2007
Reeditado em 24/04/2008
Código do texto: T680681
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