O temeroso iminente
Entre o que nem sempre pode ser expressado
Questões que nem sempre podem ser respondidas
Nem o estado anímico impede minha condição anômica
O estado de ânimo me pede inconsciência desse assombro
Até que ponto as coisas são o que são
Até que ponto são várias coisas
Até que ponto só deixam de ser
Até que ponto podem se tornar
Ou absorver tudo porosamente
Espelhamento disforme daquilo que há em volta
Consumindo esse eu de pura ficção
Que só criamos pra não se perder em vão lá fora
Crio um monstro e acordo no chão
Tão intrincado entre o espaço do vão
Sempre quis dormir eternamente
Em um sono leve e entorpecente
Até acordar sem sentir o mundo ao lado
Até acordar e só sentir o meu lado
Até acordar só por ser obrigado
Até dormir tanto e se perder no lapso
Até dormir e nunca mais sonhar
Até dormir mas só sonhar acordado
São tantos sonhos pra tantas realidades
Pouco brilho pra tantas correntes
Pouca brisa pra tanto vento
Que só passa rápido, trépido
Arrasta tudo, não carrega nada
É indiferente, nunca sente
E nem disso é consciente
Não sabe nem por onde anda vagando
Mas anda sempre em um lugar diferente...