SUBTERFÚGIO.

Olho meu corpo refletindo

na água,

várias são nossas imagens

em reflexos mil,

tento um subterfúgio

para livrar-me do que vejo...

Uma voz ressurge do escondido

da alma.

Quem será essa figura de pernas

compridas e face deformada que

mergulha nas águas e me poem

a pensar?

Ossos, músculos, risos e lágrimas,

nada além.

Outra voz responde de um

lugar um tanto acuada!

Tudo isso refletido,

não são ossos, músculos, risos

e lágrimas.

Tudo isso que olha um tanto

assustado,

é um tanto abstrato,

são na integra formados

por hábitos,

o retrato que reflete no espelho d´água,

é nada após a partida,

resta entre a imagem e o físico,

ossos, músculos risos e lágrimas,

e o conjunto de coisas que

nos faz existir.

Esse poema por exemplo é uma

fresta que achei para esconder-me

destes dias amargos,

meu time caiu,

nem sei quando levantar,

está no solo, buscando respirar.

Enquanto o sol retira-se

eu me olho no lago,

divagando, divagando,divagando ...

diminuindo, diminuindo,

até não mais existir.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 14/12/2019
Código do texto: T6818841
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