SUBTERFÚGIO.
Olho meu corpo refletindo
na água,
várias são nossas imagens
em reflexos mil,
tento um subterfúgio
para livrar-me do que vejo...
Uma voz ressurge do escondido
da alma.
Quem será essa figura de pernas
compridas e face deformada que
mergulha nas águas e me poem
a pensar?
Ossos, músculos, risos e lágrimas,
nada além.
Outra voz responde de um
lugar um tanto acuada!
Tudo isso refletido,
não são ossos, músculos, risos
e lágrimas.
Tudo isso que olha um tanto
assustado,
é um tanto abstrato,
são na integra formados
por hábitos,
o retrato que reflete no espelho d´água,
é nada após a partida,
resta entre a imagem e o físico,
ossos, músculos risos e lágrimas,
e o conjunto de coisas que
nos faz existir.
Esse poema por exemplo é uma
fresta que achei para esconder-me
destes dias amargos,
meu time caiu,
nem sei quando levantar,
está no solo, buscando respirar.
Enquanto o sol retira-se
eu me olho no lago,
divagando, divagando,divagando ...
diminuindo, diminuindo,
até não mais existir.