Asas do amor

Nestas minhas asas, eu carrego o peso da solidão

incompreendida por tempos tristes em que me apeguei

a um doce amor com gosto de mel, mas com sabor amargo

de um sonho inacabado por ter me escondido entre as entranhas

do céu que me tornaram esse pássaro tão medroso e astuto

Tudo parecia tão real, te sentia tão perto de mim, até que

em um belo dia o sol se abriu delineando o meu pensamento

forjado e tão infantil assim, parecendo descobrir teus anseios

de repente para não se perder de mim

Como colibri, sempre ágil e irrequieto, vou cortando tantos

ventos e sentimentos, sem saber para onde ir, ou para onde voltar

sem direção de que lado partir, alcançando o recomeço e deixando a

vida acontecer dentro de mim, respirando um momento e sufocando

outro sentimento

Te invento aqui dentro do meu ser,

e teus beijos me tocam sem eu saber,

por que quero entender qual é o nome desse mistério e prazer

que convém mais do que amar, simples desejos, apenas habitar

eu não sei, e finjo saber, quando se trata de voar tão alto

eu penso mesmo em mim e em você

Saudade daquela voz e do meu coração viajando por

este mar, e ao levantar o meu vôo eu te prender entre o

meu bico, para bem perto eu te levar comigo,

longe do céu nós alcançarmos este espaço de corpos celestes,

sem ver a tarde cair sem medo de vivermos esse amor

Roberta Mendes de Araújo
Enviado por Roberta Mendes de Araújo em 05/10/2007
Reeditado em 25/07/2008
Código do texto: T682070
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