ROMANCE-RIO
ROMANCE-RIO
Estar poeta,
desejo selvagem e sem leis.
A visibilidade do mundo,
ó abismo sem fundo!
Ampara-me, Monsieur Barthes!
O retorno do Mestre e seus dossiês, meus carnets,
as muitas maneiras de ser,
de ver os seres rolando, anotando,
roland os nomes: Madeleine, Claude, Louise, Gabriel, Anna Valere, Alexander, Lília...
Pensam-me
e Eu é um outro.
A minha mente não sustem
a insustentável expressão da complexidade da vida.
Ó Mestre Barthes, ampara-me!
Eis as coisas em que estou afundando!
É o alto-mar sem ponto de referência...
Escrever é mistério mallarmaico, é mistério do coração,
é oração...
Desejo a maça Romana.
_ Basta o versejar, a ordem é vicejar a Obra!
Desejo a romã doce,
o romance,
a “Vita Nova”,
o sinistro exílio,
o enclausuramento:
o juramento, a “Vita” de Monge: “Opus agendum”
Eis Sísifo:
_ Que horas são?
Puta labuta
É força bruta
Laboriosa Obra toda Prosa
Breves plots plots plots...
_ !Quá, quá, quá, quá, q á kafkiano após ano
um
enredado no enredo...
_ Olha ali, o Siluius! ALBANUM NOMEN, filho do herói troiano, 'inzisti di mais ruin neste mundo',
ele está perdido no palheiro...
no romanceiro...
no romance-rio...
Prof. Dr. Sílvio Medeiros
Campinas, é primavera de 2007.