“Solitário”

“Solitário”

“Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

“Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

“Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

“Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!”

Augusto dos Anjos

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Augusto dos Anjos
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 27/12/2019
Código do texto: T6828230
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