Meu querer-te
Queria-te por inteiro.
Ao menos nem que só por hoje.
Em breves instantes ao soar dos fogos de artifício, brindar o novo e prosear cantos até o amanhecer.
Por entre o vento aos nossos cabelos sob a brisa.
Te dispor junto ao meu corpo, adormecer sob teus braços acalentos e aquecer-me de teu calor tão vagaroso.
Ao despertar-me,
apenas almejaria o molhado de teu beijo,
por entre um breve instante que em mim o teu eu me acalentasse, e nossos corpos caíssem dentre o mais puro clímax do desejo: Incontrolável, insano, infindável.
Composto por segredos, por orgasmos veementes ímpares e caudalosos,
do nosso mistério, tão como de nossa indecifrável incógnita, tão somente nossa.
Decifro este tal querer, como um composto de meu desejo a ti por esta noite. Melhor digo: madrugada.
Sentir o entrelaço de tua língua a minha, o mordiscar de nossos lábios e o calor do teu corpo a acariciar-me.
Então dei-me por conta: peguei-me num sonho acordada.
Daqueles do tipo um tanto sacana, d'onde por uma fermata acordei, e tão logo fitei o calendário: não era sexta, onde por um incerto costume, costumávamos tornar-nos um só, apenas era terça.
E de meu querer fez-se saudade, e da saudade um sonho perseguiu minh'alma com um desejo incontrolável e incessante, apenas de ter-te por uns segundos incertos qualquer de um quase impossível desejo a ti.
Ainda assim, te guardo sempre entre meus calorosos desejos e por entre meus mais espontâneos sorrisos, de preferência, com uma taça ao lado, a saborear o aroma etílico das uvas em safra que me lembram teu gosto.
Marinara Sena
05:43
01/01/2020