QUEBRA DO SILÊNCIO

Relembro a infância,

Quando ficava a pensar:

- Quando crescer, quero trabalhar,

E muito dinheiro ganhar.

Adolescente,

Pedia pra idade certa chegar,

Pois queria ajudar meus pais.

No sustento do lar.

Somente jovem,

Fui compreender.

Quanto sofre um operário,

Por um mísero salário.

O problema não é trabalho.

Mas péssima condição,

Assédio, imoralidade,

Direitos violados

Sem crédito.

Hoje sou consciente,

Que pra esse país crescer,

A passividade superar,

É preciso, o trabalhador, valorizar.

Direitos laborais,

São indispensáveis.

Mas o vício do parafuso,

Os torna vulneráveis.

Fura, torce e corrompe

A matéria real.

Barbárie e xingamento,

É considerado normal.

O povo segue nas ruas,

Formando um grande cordão.

Querendo ressurgir das cinzas,

A verdade e a valorização.

Luta o obrador,

Contra o ignóbil cenário.

No dia primeiro de maio,

Por justiça e bom salário.

A quebra do silêncio,

É o despertar da sociedade.

Liberdade, equidade e fraternidade.

São princípios de humanidade.

Minha quebra de silêncio,

Hoje tem nova imagem.

Estudar é meu dever,

Se quero ver esse país crescer,

E minha família, poder suster.

Negra Aurea: 15/09/19 às 7: 30h