vida vazia, copo cheio

tão trágico que chega a ser poético,

a um passo do precipício

com o corpo preso ao concreto,

matemáticos, comida na mesa do filho

mundo "salvo" ... pelo o antiético,

tudo passa, pense nisso ...

quanto vale o peso e quanto vale o quilo?

trabalhando até a morte, enquanto a vida passa,

ignorando os cortes, ignorando a massa

dormindo com o peso do mundo nas costas

sob o vento gostoso do ar de sua graça,

_ domingo tem jogo, churras na casa do amigo,

trancado no quarto por uma semana

chuvas de verso, só saio de lá com um livro,

mentiras diversas ...

cada mentira contada se emana

sigo, sufocado são e salvo,

catador de migalhas, por favor

me tira do conto de fadas,

cegos, supuseram meu sumiço

e se foderam ...

sigo, sufocado são e salvo,

o que se plantou, está sendo pago no cerco

selvagens a parte cuspiram em quadros,

agora me conta, qual o plantio? no seu solo seco,

selaram a arte e lavaram as mãos,

imagens e margens sob o sol do verão,

imagine a gente? ...

fazendo do nosso calor edredom,

ultrapassado e antiquado

cabe a nós continuar o que se aprende,

no passado ouvi calado

para ensina-los no presente,

sente-se a mesa com a matilha

olhar frio, corpo quente ...

sente-se o mesmo todo dia,

vida vazia, copo cheio.

R Lelis
Enviado por R Lelis em 16/01/2020
Reeditado em 28/02/2020
Código do texto: T6843301
Classificação de conteúdo: seguro