DIALOGO ÍNTIMO.
Oh alma,
que este corpo habita.
Tu és dona dos meus
segredos e dos meus
desejos.
dai tempo a esse corpo
impuro.
Para que a dor seja
atenuada,
e as lágrimas sejam
o alivio, o liquido fugaz
dos arrependimentos.
Oh alma
que a este corpo comanda,
sabeis
que sem ele seria uma
pedra bruta.
Reverberai ,
mas nada tira de voz
a dependência da carne.
não seja tola em abandonar
esse corpo.
Pois é dele que provem
sua lapidação.
Venerável alma,
que dita meus passos,
que me conduz a desejos
impossíveis ,
este corpo perecível
reclama a acidez dos dias.
Essa pintas nas mãos,
esses cabelos ralos
expondo a ampla calva,
e essas pernas que claudicam,
anuncia seu breve tempo
neste templo sagrado.
Dai-me dias de paz,
dai-me repouso,
dai-me uma noite sem
seu dedo em riste.
Quero liberdade,
um pássaro precisa voar,
a ele a liberdade pertence,
enquanto o relógio
avança a vida.
Eu corpo em desintegração
reflito sobre o sentido
desta dor sem fim...