DIALOGO ÍNTIMO.

Oh alma,

que este corpo habita.

Tu és dona dos meus

segredos e dos meus

desejos.

dai tempo a esse corpo

impuro.

Para que a dor seja

atenuada,

e as lágrimas sejam

o alivio, o liquido fugaz

dos arrependimentos.

Oh alma

que a este corpo comanda,

sabeis

que sem ele seria uma

pedra bruta.

Reverberai ,

mas nada tira de voz

a dependência da carne.

não seja tola em abandonar

esse corpo.

Pois é dele que provem

sua lapidação.

Venerável alma,

que dita meus passos,

que me conduz a desejos

impossíveis ,

este corpo perecível

reclama a acidez dos dias.

Essa pintas nas mãos,

esses cabelos ralos

expondo a ampla calva,

e essas pernas que claudicam,

anuncia seu breve tempo

neste templo sagrado.

Dai-me dias de paz,

dai-me repouso,

dai-me uma noite sem

seu dedo em riste.

Quero liberdade,

um pássaro precisa voar,

a ele a liberdade pertence,

enquanto o relógio

avança a vida.

Eu corpo em desintegração

reflito sobre o sentido

desta dor sem fim...

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 17/01/2020
Código do texto: T6844452
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