Tédio, com um T grande pra caralho

O tédio me rói.

Sou a velha porta de madeira

repleta de cupins

de um puteiro recém fechado pela polícia civil.

Sou o metal enferrujado

de um navio naufragado.

Sou uma cerveja barata e choca.

Sou Deus sem Satã.

Sou Novela das oito sem a merda de um vilão.

Escrevo restos de poemas

enquanto peço doses de álcool

para o dono de qualquer boteco

que seja baixo o bastante para o meu gosto.

Que grande bosta.

O tédio me rói

e os casais que passam abraçados na rua

me fazem regurgitar o almoço.

Li em alguns lugares

que sexo é enganar a morte,

é levantar a cabeça para fora do abismo,

e é tão bom quando a maconha (!?)

Mas o que se deve fazer entre

Uma trepada e outra?

Entre um baseado e outro?

Entre um poema e outro?

O tédio está roendo todos os meus ossos,

e um dia, ele será o meu fim.

O Bêbado
Enviado por O Bêbado em 22/01/2020
Reeditado em 22/01/2020
Código do texto: T6848069
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